Aqui poeta, vou transcrever um pouco de suas lisuras, de seus quebrantos, de suas desembocaduras, de seus enredos, de suas cheirosas e mal cheirosas ironias, de seus cantos de guerra e paz entoado sob a medula e o cerne da dor de cada dia, que sem ardil escreveste no teu paradoxo, o humano estranhamento da espécie.
Meu amado poeta despojado, desarticulado e rearticulado nos contextos e nos textos do mundo, minha saudade, minha reverencia, essa loucura de te dizer pra todo o sempre...
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
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