quarta-feira, 7 de abril de 2010

NO JARDIM CÓSMICO/PARA RACHA E SEU CÂNTARO DE AMOR


(em amada memória)

A flor no Jardim cósmico
guarda-se nele
misteriosos são os passos da Essência
e sua transmutação
no tempo de argila do vaso
É preciso tirar as sandálias
para caminhar
por entre as dimensões
dos canteiros desse Jardim
e só o coração reconhece
o aroma e a luz daquela flor
que agora se esparge
e que é guardada a voz
naquele cântaro de amor...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

DO VERBO DA OVELHA DA OVELHA DO VERBO






Na lã da infância se guarda o eterno
disse um alfabeto ancião sob florido cajado
de encovado sorriso descovado e de
cerne de cabelos de perfumada ausencia
Se perder do rebanho é como cair a árvore
da gravidade do poema
sem fazer-se renascenças
O eterno guarda o pastor nas ovelhas
da árvore
e o rebanho cuida das sementes
mesmo no vento da boca
O amor é um verbo de renascenças
soprado debaixo da pedra
levita os sonhos dela
e todo rebanho da janela cega
se Ilumina
Mas amarga o sabor do rebanho
do verbo e do pé do verso
quando ficou sem sol sem quarar o poema
e os olhos se encardiram
Mas a lã teima o verbo e esquenta
o gelo da pedra de incenso das nuvens
rebanhos de sementes
perdidos olores...