domingo, 30 de dezembro de 2007

ESTA CANÇÃO

Canto sob o papel de arroz.
Entre as mechas dessas cortinas
incenso o meu cio,
sob o tabernáculo da neblina.
Tudo me é espuma aos sentidos,
acústica de silêncios, os alaridos,
porque o sol daquele que não
te conhece está no ocaso,
mas, o do que te conhece
brilha incessantemente,
porque Hórus abre os seus olhos.
Sob os véus, no colo sagrado de Maat
grita um bando de íbis brancas,
sob a face irrevelada.
O santuário pode estar
envolto em trevas,
sob a pastagem da erva do tempo,
mas, na terra, o fôlego é pira!

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Lilian, cortinas de papel de arroz e raios de sol que se filtram em cada verso seu... Maravilhoso! Obrigada meu e das criaturas do Morango - feliz ano novo amiga das letras! Beijos.