quarta-feira, 20 de julho de 2011

Se houvesse alguma palha


imagem/www.olhares.com



Chorava Juanito pedindo pouso e ela o enrustia entre os frágeis galhos de seus braços,sob o manto e o panejamento da ramada de seus cabelos desgrenhados que faziam ninho.
Mas havia frestas por onde a lágrima da neblina passava. A cada badalada do relógio distante, mais congelavam as tintas da noite e o pequeno mais aconchegava-se naquele pouso frágil e imantado. Eram ambos ali...enquanto os passos iam e vinham agasalhados e a névoa diluía os olhares que de soslaio se desviavam daquela mancha escura no lusco-sob sob a luz sonolenta, apenas passos, nenhum cachorro a revirar algum latão de lixo próximo. Quem ousaria chegar sob aquele breu de feno fustigado, hora maltratada, noite despousada para Juanito e ela...adormecidos um no colo do outro da escuridão, única sombra?... Ah se houvesse alguma palha, um coxo naquela escuridão faminta...ninguém os via a não ser a luz do altar sempre acesa, entrelaçados jaziam na pedra aos olhares de pedra que só a pedra os via...

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