sábado, 18 de setembro de 2010

Que fizeste tu com minhas flores?


foto/Nuray Engin

(Antes de Heráclito as águas e as flores já eram de fogo e sangue!)

Que fizeste tu antes e depois do agora?
sopras e apagas e mesmo assim floresces
que fazes tu com essas flores do agora?
deixei-te bilhetes à porta do acaso
escrevi -acasos por bilhetes
escrevi no vaso no vento
escrevi na chuva e fora do tempo
e não me ouviste
então canto para não morrer
canto porque a flor sangra/tenho fome
e é preciso não morrer além das palavras
e mesmo assim só tu és ainda minha ventura
e desventura como diz Borges
Inesgotável e pura!

Um comentário:

eder ribeiro disse...

Teu poema mem levou a uma rua cuja árvore estava sem folhas e coberta de flores amarelas. Lindo poema. bjos.