
Dorme essa minha cidade
dorme ainda com esse corpo de pão amanhecido
dormem os trigais dormem os gemidos
entre as agulhas as ogivas não dormem
Mas dorme acesa a lâmpada de ontem
dorme ainda a abelha/ a colméia não dorme
dorme a ferida e aquela criança
dorme o cão guardador de homens
no asfalto cego da madrugada
dorme a luz sob o pessegueiro recém nascido
e o umbigo das minhas sombras
no espelho é rosto teu entre os meus adormecidos
É noite ainda nas temporas da memória
Nenhum comentário:
Postar um comentário