terça-feira, 3 de junho de 2008

NA OLARIA (PA)LAVRANDO PÓ

www.olhares.com

(Conjuração do Verbo com Sofia (zocha)))



Minha palavra as vezes
matéria viva, líquen,

corpo do meu corpo,

sai de mim e me volta,

regurgito -a
é dessa miserável

condição humana esse atrito,

dessa palavra polissêmica,

árvore de pelagem descascada,

de faces doídas, multifacetadas,

de versos apagados, senhas borradas,

ah...dói palavra, dói,

tua cara minha cara


mal lavada, teu pó,

simulacro, teus cacos,

cadencia de mim enrodilhada,

desse cordão umbilical, letal,

esticado éco dos meus abismos...

gravitação dessa hodierna

loucura, essa insólita palavra

só minha, privativa linguagem,

quiromância de funduras,

perdidas palavras, rupturas,

trilhas íntimas, águas turvas,

recurvas do mesmo, partituras?!

Na Olaria, a bilha quebrada,

só teus rumores sob o halo de fogo

do cinzel!...

2 comentários:

João Videira Santos disse...

lavrando o pó, moldando a palavra...interessante este poema!

eder ribeiro disse...

sem a poesia me vão as palavras, palavra seca, seca o coração, por isso vem aqui para me encontrar com a poesia,ou seja, palavras úmidas que germinarão, no duro chão da minha alma. bjos.