segunda-feira, 13 de agosto de 2007

UMA PALAVRA UMA VEZ (iii)




...era trilha, grão de espiga,

sabugo verde, com cabelo de sol,

cara verde, olhos mangados,

uma palavra uma vez

beijosa escrevia o dobrado.

A palavra uma vez nasceu

sem ser nascida,

escorreu e lambeu ferida

sumo do talho, leite da seringueira

e se debulhou pelo chão

em toiceras, capim seco,

com lustro verde-limão,

mato nativo, sempre germinando,

ocultando as lambidas da fera

e as batidas da vida

nos cascalhos do coração!

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Olá Lilian, do Leia Livro vim direto para seu blog, que adorei conhecer! É uma obra de arte recheada com sua poesia, de original estilo. Parabéns - voltarei para visitá-la. Beijos.