
foto/auto-retrato
Lilian Reinhardt
(Líricas de um Evangelho Insano)
Moro no tempo da minha compreensão
atravesso a minha paisagem e quem me vê?
As sombras são transparentes
quando deixam amarras no cais
as minhas árvores dormem no meu porto
sou apenas vulto da minha idéia no mundo
enquanto o espírito gira-me no vácuo
seguirei minhas linhas difusas
sem conhecer das palavras senão ocasos
distâncias entre as árvores
enquanto minhas sombras rasgam as vestes
tudo parece guardar-se ao vôo e à passagem...