quinta-feira, 27 de março de 2008

EU DISSE DE MANHÃS

Eu disse de outros caminhos do jardim,
eu disse o que ontem não escrevi,
mas, deixei escrito lá sobre a imprecisão
da lousa.
Eu disse que da lavra do arco-íris,
sangra silêncios de pólens,
bocados de dálias,
e um vago rumor de cordas,
de sobrevivências, de víveres,
entre escorioses e pruridas ilhas...
eu disse que há guardado no caminho do agora,
uma eternidade de pássaros ,
para em te bebendo do sal,
te cinzelar dentro do cal da retina
dos meus olhos, indefidamente...
e assim como disse esqueci de dizer
sobre os canteiros,
e acabei por recortar picotes dos tinteiros,
e desdizer sobre o absoluto inominado,
aquele que atravessa o vento parado,
que recorta o dobrado punho do tempo,
e como dizem as línguas das manhãs em hortelã,
antes que a lâmina do sol se ponha,
preciso beber óh vida, de novo, do teu veneno!

2 comentários:

eder ribeiro disse...

Vc tem uma maneira de escrever que nos encanta, a tua linguagem é repleta de imagens, faz com que entramos no teu mundo pedindo para ficar. Bjos.

Madalena Barranco disse...

"As línguas das manhãs em hortelãs". Lilina, querida, você (como bem disse o Eder, acima) você encanta. Dá apra sentir o cheirinho e o gosto dos lugares mágicos que você insere em seus poemas!

Ah, as personagens fantásticas & virtuais de meu blog ficaram felizes em saber que você também acredita em seus representantes no mundo real: os gnomos que os inspiram a viver e os ajudam a mostrar que a fantasia está carregadinha de frutos reais!!

Beijos meus e do Platinho (agora sem orelhas felpudas - hehehe).