quarta-feira, 2 de maio de 2007

VERSOS DE ARMIA/ESSA PEDRA

Sou dessa pedra que ferve,
que revolve os fluxos das células,
e arrebenta as próprias medulas.
Sou dessas pedras calcinadas,
que evolam do vapor de estradas,
o olor das camadas subterraneas,
ainda o centeio de raízes.
Sou assim, também, madeira fervida,
carcomida rendeira
com minhas folhas escritas,
com seus troncos queimados,
essas cinzeladas cicatrizes.
E sob esse canto, carrego
o manto desta ressonância,
destes meus jazigos petrificados.
Este fôlego da alma é apenas rastro,
pó fervente...soprado!

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