terça-feira, 1 de abril de 2008

AUTOS E VÔOS





Os retratos como os versos

nos olham, nos vêem, descrevem-nos,
com seus olhos d'asas...
Como folhas dos autos, na moenda
das horas,

amarelam, estremecem, adoecem de traças

roem as mordaças,

pra se habitarem em novas traças...

Retratos como os versos se rasgam,

as palavras se picotam, se sopram

se fragmentam, se amortalham,

se exumam...

Mas, nas lápides os retratos como

as palavras falam

de uma estranha sobrevivência,

da voz e das asas de um silencio que se embala no colo

do próprio silêncio...

nunca adormecido!!!

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