Travessia, sumidouro,
fratura d'água, dentirrostro,
atravessa o escorso do vento,
perde-se além do vidro da ilha,
escorre pela vinha dos olhos,
arriba nos pássaros da estiagem,
não diz a palavra caída,
nem rejunta a perdida sombra,
mas, se encolhe no verso vazado,
recicla de azul o céu molhado de aço,
dorme pelos caminhos murchos
e sob os ossos escreve na
transmigração impressentida...
a rotunda forma de bebidas quimeras,
a impermanência coagulada,
líquido tempo, vazante,
que afunda na garganta, das rosas!...
Um comentário:
Lilian, seu poema tem raízes, caule, galhos, folhas e flores que se abrem em versos... Lembranças do reino vegetal, que ficam em cada registro da eternidade... Lindo! Beijos.
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