sexta-feira, 21 de março de 2008

UM CANTO GREGORIANO

Na concha dos olhos, o gesto,
pinceladas eloquencias...

Andromedas reescavadas,
joaninhas em revoada pousam.

Cantares estercam tinturas,
altares-partituras, urdiduras rasgam-se,

estilhaços monofônicos,
hiatos reincineram,

retocam rosais negros de lúbricas bocas,
luas enlanguescidas!

Ensandecidos reverberam-se desejos,
botões de invídia pejam,

pétalas se reabrem e morrem
licorosas, arquejantes, intumescidas!...

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Oh, as "rosas negras" me fazem lembrar a infiltração da treva nas instituições religiosas... Você fala sobre a vida e o que acontece nas aldeias do mundo de forma discreta, mas audível e iluminada! Clap clap clap!!! Beijos.