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"executo meus versos na flauta das minhas vértebras..."
Maiakóviski
Ele era destempo, destemperado e gogólico,
empunhava a batuta, era pesado, monódico,
pisava firme, afundava o chão e parecia um
engolidor de almas. Ele era um destempo
impróprio à carnaduras, chegava sempre pelo
longo corredor da caverna e por aquela goela
de turbilhonante ansiedade dizia: - A profanação
retempera os desejos, recompõe heresias, é
preciso reconfrontar texturas, libertar-se do
caminho original, do caminho paternal, os animais
nas passagens quebram as bilhas na busca pela
água e comida. Na opressão da caminhada, no
pastoreio, rompem volteios, fogem de velhos
comboios que encontram ao acaso nas estradas,
escapam das similares prosas do mundo. Puxa
a corda umbilical do pião - completava, fugaz
é o gozo da humana condição. E, arrematava
a prosa sem leilão: - O homem é um forjador
de linguagens e no remoinho da história o
lugar é de combates. Avante animais, para
o abate! No fundo, talvez, o verbo, esse sôpro
de ruídos profanadores seja, apenas, um tempo
de incompletudes, do grunhido das coisas, um
tempo de recrias, da palavra sempre grávida
e do animal grávido, alquímica forragem!...
"executo meus versos na flauta das minhas vértebras..."
Maiakóviski
Ele era destempo, destemperado e gogólico,
empunhava a batuta, era pesado, monódico,
pisava firme, afundava o chão e parecia um
engolidor de almas. Ele era um destempo
impróprio à carnaduras, chegava sempre pelo
longo corredor da caverna e por aquela goela
de turbilhonante ansiedade dizia: - A profanação
retempera os desejos, recompõe heresias, é
preciso reconfrontar texturas, libertar-se do
caminho original, do caminho paternal, os animais
nas passagens quebram as bilhas na busca pela
água e comida. Na opressão da caminhada, no
pastoreio, rompem volteios, fogem de velhos
comboios que encontram ao acaso nas estradas,
escapam das similares prosas do mundo. Puxa
a corda umbilical do pião - completava, fugaz
é o gozo da humana condição. E, arrematava
a prosa sem leilão: - O homem é um forjador
de linguagens e no remoinho da história o
lugar é de combates. Avante animais, para
o abate! No fundo, talvez, o verbo, esse sôpro
de ruídos profanadores seja, apenas, um tempo
de incompletudes, do grunhido das coisas, um
tempo de recrias, da palavra sempre grávida
e do animal grávido, alquímica forragem!...
2 comentários:
Querida Lilian,
Parece-me ouvir um ferreiro ou quiçá ourives de templo dourados forjando preciosas palavras, assim como sua poesia. Beijos.
pela palavras o homem pariu o caos, e a palavra, ou seja, o verbo é a verdade dita pelo homem em nome de deus. bjos.
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