terça-feira, 13 de julho de 2010

AVE VENTO



foto/sortilégio de Maitta


(Líricas de um Evangelho Insano)



Ave vento
canta pelo caminho seu hino
para não morrer de fome
mas o coral do tempo
desafina
nesta cidade
envernizada
ruídos ressoam
atrozes
gozos de falsos gemidos
sussurram
com suas bocas envenenadas
delírios colhem-se
cataventos giram
invólucros despem
amanheceres dissimulados

Um comentário:

Lucia Constantino disse...

Belíssimo e poderoso poema! Parabéns! Beijos.