(...para minha mãe que amava e cultivava as margaridas) releitura poética
Aquelas mãos pequeninas
debulhavam os grãos
e misturavam a dor e a farinha de trigo
o óleo o sol a água o fermento o colo
o unguento...
Algumas horas deitavam a massa
dentro da suave concavidade do berço
e recoberta por um singelo véu
de algodão alvejado
meu olhar também ali
cingia-se na expectativa do repouso
Horas depois do longo sono
suas mãos coreografavam
a flexibilidade dos grãos
e da massa que lentamente
assumia a forma aos seus toques
Pães de sol cheiravam do forno quente
e recobertos pelos mesmo véu branco
impregnavam de ternura a minha vida
os espaços das minhas formas
4 comentários:
Lilian são de doces lembranças como estas que conhecemos de que é feita a alma de uma poetisa, pois a poesia como a sua é uterina. Bjos.
As andorinhas do Mar chegaram
Com alegria tatuada nas penas refulgentes
Soltam chilreados estridentes
Dançam no azul, rodopiam contentes
A maresia adormeceu na areia
O mar transformou-se em espelho de água
Uma nuvem mirou-se nele
Verteu uma última gota de mágoa
Boa semana
Doce beijo
Oh, Lilian,
Seu poema tem cheirinho de pão com o Sol vivo da lembrança materna... Amei!
Beijos
P.S. perdoe-me a ausência no site "La voz de la palabra". Estou agora, tentando entrar no ritmo.
Lilian querida,
Muito obrigada pelo comentário sensível sobre meu artigo no blog da Editora Novitas... Fiquei emocionada. Obrigada e... Vida longa à Poesia!
Beijos.
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