Como uma tenra espiga
se debulha em grãos,
da fundura da palavra
desde sempre nasce a farinha,
renascem os mortos e suas raízes
e novos berços choram
entre os mortais deuses.
Há nessas planuras de grãos,
o ar livre
da aldeia recém-desperta,
o verde útero donde sempre
se gestam as folhas
até a descida das trevas às cisternas
e a brotação do sumo das ramagens.
- Que o furacão escurece o sol do mundo
e na debulha úmida da seiva,
a resina se faz cio de grão.
Como uma anoitecente veladura,
as tuas palavras em minha alma!
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