quarta-feira, 30 de junho de 2010

OPTICAL





Há em mim uma nota que dói
entre o olho do amanhecer e a noite que se contrai
nele habitam os desejos do meu corpo e
as galáxias da minha alma
até encontrar o lugar do vazio
enquanto rasgam as borboletas
as páginas das margens
dos versos que bóiam
sobre a lagoa seca de caniços...
Queria dizer-te do meio tempo
do meu meio corpo
do meio tom da metafísica e seus arrepios

sábado, 19 de junho de 2010

A VIDA COM JOSÉ SARAMAGO





"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."

José Saramago




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sexta-feira, 18 de junho de 2010

SILÊNCIO! NOSSA REVERÊNCIA A JOSÉ SARAMAGO!





SILÊNCIO! ELE CRUZA OS MARES!
JOSÉ SARAMAGO NAVEGA EM NOSSA ALMA/
PÁTRIA DE TODAS AS LÍNGUAS!
NOSSA REVERÊNCIA!

sábado, 5 de junho de 2010

VERDE ESFINGE/A NATUREZA ME RESPIRA/CUIDADO FRÁGIL!!!/05 de junho/dia mundial do meio ambiente///


foto/Lilian Reinhardt
(sítio ecológico de Guaraqueçaba/Paraná/Brasil)


Terra/meu corpo de argila/
Verde Esfinge me respira!
A natureza somos nós!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

GARÇAS


pintura/Lilian Reinhardt



Já é tarde
e a noite passou e
não burilou os teus rastros
As montanhas se esfumaram
e muralhas ergueram-se dos abismos
na confluência do zênite e do agora
Nenhum rumor só o sopro do silencio respira
esvoaçando este olhar em decomposição
com seus fragmentos de tempos
de cordas esgarçadas
de alvas garças em seus vôos
silenciadas...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Entre Ausentes


foto/Vito Finocchiaro




Melhor seria ter perdido
aquele ônibus
ou ficado no ultimo vagão do trem
com a boca seca de misercórdia
sem os nós do agora
no vazio da linha desfiando
O tempo
do teu corpo dormentes sumindo
vingando meus olhos sementes
Melhor ter ficado sem paisagem
sem idades
sem infidelidades
entre ausentes